Exposição fotográfica retrata condições degradantes de trabalho em MS
Mostra, exibida a partir desta segunda-feira (17) nos shoppings Campo Grande e Norte Sul Plaza, reúne imagens capturadas durante diligências na zona rural do estado
17/01/2022 - O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS) promove, entre os dias 17 e 30 de janeiro, a exposição fotográfica “Trabalho Escravo”. A mostra, gratuita e aberta ao público, ocorre nos shoppings Campo Grande e Norte Sul Plaza, ambos na capital do estado, abarcando 26 imagens que retratam as condições laborais degradantes às quais foram submetidos trabalhadores resgatados de propriedades rurais localizadas em diversas regiões.
A iniciativa é realizada em parceria com a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-MS), vinculada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), com a Fundação do Trabalho (Funtrab-MS) e com a Superintendência Regional do Trabalho (SRT-MS), sendo custeada com recursos oriundos de multa trabalhista.
A ação marca a data de 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo e Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho, instituída em homenagem aos auditores Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e ao motorista Aílton Pereira de Oliveira, mortos em 2004 por investigarem denúncias de trabalho semelhante à escravidão em fazendas no município de Unaí (MG).
Com essa exposição, o MPT e instituições parcerias pretendem apresentar à população a realidade da escravidão moderna no Mato Grosso do Sul, que se concentra no meio rural e pode ser reconhecida quando constatada a submissão a trabalhos forçados, a jornadas exaustivas, a condições degradantes de trabalho ou a servidões por dívida.
As imagens foram capturadas durante operações conjuntas realizadas em fazendas nos municípios de Nioaque, Porto Murtinho, Miranda, Corumbá, entre outras localidades, e demonstram, por exemplo, a água turva e com aspecto leitoso consumida pelos trabalhadores, colchões velhos e sujos colocados sobre toras de madeira, barracos de lona plástica improvisados no meio da mata, buracos cavados fazendo as vezes de sanitários.
Escravidão moderna
Somente em 2021, o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS) instaurou procedimentos motivados por diligências que culminaram no resgate de 74 trabalhadores encontrados em condições análogas às de escravo, em nove diferentes estabelecimentos localizados na área rural do estado.
O número de resgates é 72% superior ao contabilizado em 2019, quando 43 trabalhadores foram flagrados nessas condições, em seis propriedades rurais, e 17% maior na comparação com 2020, quando houve o resgate de 63 trabalhadores submetidos ao labor precário em quatro fazendas inspecionadas.
As operações foram empreendidas com a participação de integrantes do MPT, auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho, além de representantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar Ambiental e Ministério Público Estadual.
O Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil mostra que desde 1995 o governo brasileiro flagrou mais de 56 mil pessoas laborando como escravos modernos. Nesse período, cerca de 2,9 mil pessoas foram resgatadas em condições análogas às de escravo no Mato Grosso do Sul, conforme aponta o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas.
Serviço
Exposição "Trabalho Escravo"
Shopping Campo Grande – Em frente ao Clube Gourmet
Avenida Afonso Pena, 4.909 - Bairro Santa Fé
Horário: 10h às 22h (segunda-feira à sábado) e 12h às 20h (domingo)
Shopping Norte Sul Plaza – Praça de eventos, próxima à portaria D
Avenida Presidente Ernesto Geisel, 2.300 - Bairro Joquei Clube
Horário: 10h às 22h (segunda-feira à sábado) e 12h às 20h (domingo)
Fonte: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul
Informações: (67) 3358-3035 | (67) 99211-3420 | (67) 99275-8636
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Tags: trabalho escravo, Ministério Público do Trabalho, resgate, operação conjunta, condições degradantes, servidão por dívidas, jornada exaustiva, trabalho forçado