Colóquio marca comemoração do Dia Internacional da Mulher

A data relembra a luta por igualdade de gênero

10/03/2015 – Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Fórum de Trabalho Decente Mulher realizou ontem, segunda-feira, 9, colóquio sobre enfrentamento à violência. A “Defesa social e jurídica em face da violência contra a mulher” foi tema da palestra ministrada pela defensora pública e integrante do Núcleo de Defesa da Mulher, Thaís Dominato Silva Teixeira, no Ministério Público do Trabalho, em Campo Grande.

  

Procurador do trabalho Cícero Rufino Pereira na abertura do colóquio
Procurador do trabalho Cícero Rufino Pereira na abertura do colóquio

O Fórum Mulher surgiu da percepção do Fórum de Trabalho Decente e Estudos sobre Tráfico de Pessoas da necessidade de sensibilização de pautas específicas da mulher, principalmente nas questões trabalhistas. Para o procurador do trabalho e coordenador do Fórum de Trabalho Decente, Cicero Rufino Pereira, “algumas das maiores violências contra a mulher no mercado de trabalho são a discriminação, o assédio moral e o assédio sexual”. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no mundo 52% das mulheres já sofreram assédio.

Em sua fala a defensora explicou sobre a atuação contra a violência de gênero, que ocorre pelo fato da pessoa ser mulher. “Em Amambaí, por exemplo, um campeonato de vôlei tinha premiações diferentes para homens e mulheres. Para os homens o prêmio era de mil reais e para as mulheres era de quinhentos reais. A desigualdade de valor se deu pelo gênero das categorias”, exemplificou Thaís Dominato.

No mercado de trabalho a desigualdade está presente, por exemplo, nos salários e no acesso a vagas de chefia. De acordo com análise feita em 142 países pelo Fórum Econômico Mundial desde 2006 houve apenas 4% de redução da desigualdade de gênero no trabalho. Com base nesses números, apenas em oitenta anos, em 2095, chegaria ao fim a discriminação da mulher no trabalho, alcançando as mesmas oportunidades de trabalho, os mesmos salários e a mesma possibilidade de chegar à liderança das organizações.

A defensora afirma que existem diferenças: “As diferenças entre os gêneros masculino e feminino são biológicas. As outras diferenças são resultado da construção social, é uma desigualdade adquirida”. E complementa, “é preciso o empoderamento da mulher para luta pela igualdade de gênero”.

Para o Dia da Mulher flores e respeito

 

Defensora pública Thaís Dominato Silva Teixeira durante a palestra sobre violência de gênero
Defensora pública Thaís Dominato Silva Teixeira durante a palestra sobre violência de gênero

Lembrando homenagens comuns, como presentear com flores e bombons, no Dia da Mulher a defensora pública alertou: “Flores e bombons agradam, mas o Dia Internacional da Mulher é mais que isso, é um dia que representa a luta por igualdade”. E reforçou que apesar do interesse comercial da data a consciência da luta por igualdade tem aumentado. A morte de cerca de 130 mulheres em um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova Iorque no dia 8 de março de 1857, após mobilizações e greves por melhores condições de trabalho, deu origem ao Dia Internacional da Mulher.

O objetivo do evento, segundo a vice-coordenadora do Fórum de Trabalho Decente Mulher, Danielli Carvalho, foi alcançado no sentido de chamar à reflexão o tema do enfrentamento à violência contra a mulher e informar que o Fórum Mulher também é parceiro nesta luta. O colóquio coincidiu com a promulgação pela presidenta da República Dilma Rousseff da Lei do Feminicídio, que transforma em crime hediondo, aumentando a pena do homicídio decorrente de discriminação e ódio contra a mulher.

O colóquio contou com a presença da vereadora de Campo Grande, Carla Stephanini, a primeira-dama de Porto Murtinho, Myriam Silvestre dos Santos, o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), Ruy Celso Barbosa Florence, responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar em MS, o assessor militar do TJ-MS, coronel Geraldo Garcia Orti, Wilmar Nery da Silva e Luciana Caribé do TJ/MS, Ana Maria Medeiros, da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Mulher; Tamara Denise Barbosa, Kely Santos e Antonio Vitor da Subsecretaria de Igualdade Racial, Doemia Ignes Ceni, da coordenadoria da Infância e da Juventude do TJ, Irmã Rosane Costa Rosa, da Pastoral Migrantes, Leyde Pedroso, da secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Prefeitura de Campo Grande e Lucilene de Freitas, da Secretaria da Mulher Municipal, além de várias outras autoridades e representantes de entidades públicas e privadas.

Cícero Rufino Pereira, Thaís Teixeira e Danielli Carvalho
Cícero Rufino Pereira, Thaís Teixeira e Danielli Carvalho

Fonte: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul
Informações: (67) 3358-3034/3035
www.prt24.mpt.mp.br | twitter: @MPT_MS

Tags: Ministério Público do Trabalho

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