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Campanha de alerta sobre exposição ao benzeno terá mobilização em Campo Grande na próxima segunda-feira, 6 de outubro

Como parte das ações, haverá panfletagem educativa, às 9 horas, no posto Tereré, e palestra e reunião técnica, das 14 às 18 horas, com proprietários de postos de combustível e abastecedoras, no anfiteatro do Colégio Dom Bosco.

02/10/2014 - Com o intuito de conscientizar motoristas, frentistas e donos de postos de combustíveis sobre os perigos do benzeno, serão realizadas em Campo Grande, no dia 6 de outubro, ações da campanha “Não passe do limite”, em alusão ao Dia Nacional da Luta contra a Exposição ao Benzeno. A primeira atividade do dia será uma panfletagem para distribuição de material informativo sobre o tema, às 9 horas, no posto Tereré, próximo ao Shopping Campo Grande.

Durante a tarde, das 14 às 18 horas, haverá palestra sobre o tema com o coordenador geral da Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Jorge Mesquita Huet Machado doutor em Saúde Pública e pesquisador da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), e uma reunião técnica com os proprietários de postos de combustível e abastecedoras, no anfiteatro do Colégio Dom Bosco.

Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno
A data da mobilização foi escolhida em alusão ao dia 5 de outubro, quando é celebrado no país o Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. A data, que tem como objetivo conscientizar a respeito dos riscos do benzeno, foi criada como uma homenagem ao operador da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão, Roberto Viegas Krappa, que morreu nesse mesmo dia, em 2004, por leucemia mieloide aguda em decorrência da alta exposição à substância.

Em Mato Grosso do Sul, a campanha é realizada pelo Fórum de Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho do Estado (FSSHT/MS) com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/MS), do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador de Mato Grosso do Sul, da Fundação Jorge Duprat e Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), do Serviço de Fiscalização em Saúde do Trabalhador (Sestrab/Sesau), dentre outras entidades integrantes do Fórum, e do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Mato Grosso do Sul.

O objetivo da campanha, originalmente criada pela Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, é discutir os perigos para a saúde dos trabalhadores que possuem contato com o benzeno, como os que laboram em postos de gasolina, em oficinas mecânicas, abastecedores de caminhões de combustíveis, e dos consumidores, cuja exposição, apesar de pequena, também é significativa, considerando que não há níveis seguros de exposição ao produto.

Riscos para saúde
Em 2011, um frentista morreu em Dourados como consequência da exposição ao benzeno durante os 29 anos em que trabalhou nessa atividade. Presente na gasolina, substância é considerada altamente tóxica e cancerígena pela Organização Mundial de Saúde.

O benzeno é um dos componentes da gasolina e evapora-se muito rapidamente prejudicando a qualidade do ar e a saúde de quem o inala. Quando o tanque é abastecido apenas até o automático da bomba, a chance desse componente sair em forma de vapor é reduzida. A intoxicação por benzeno, por inalação de gases ou aspiração de formas líquidas, pode causar bronquite, dificuldades respiratórias e até bronquiolites irritativas graves, com hemorragia, inflamação e edema pulmonar, podendo levar à morte. O cérebro e o fígado também podem ser atingidos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui o benzeno em sua lista de produtos cancerígenos. O derramamento do combustível excedente do tanque no solo e sua evaporação no ar também causam riscos ao meio ambiente, pois gera contaminação do lençol freático.

Em Mato Grosso do Sul, em julho de 2011, o frentista Gilberto Filiu de Dourados morreu por causa da contaminação por produtos químicos liberados pelos combustíveis, especialmente o benzeno. O atestado médico confirmou o agravamento da saúde do frentista devido à intoxicação principalmente por benzeno. Gilberto trabalhou exposto ao benzeno durante 29 anos e passava por acompanhamento médico devido à insuficiência hepática, agravada pela intoxicação crônica ao benzeno (benzenismo). Em decorrência da patologia, teve distúrbio plaquetário, hemocromatose e humor deprimido.

Conforme ressalta a procuradora do trabalho Simone Rezende, atual coordenadora do Fórum, a preocupação é evitar que casos como o desse trabalhador voltem a ocorrer em Mato Grosso do Sul.

Serviço:
Dia 6 de outubro
Panfletagem educativa
Local: Posto Tereré
Avenida Afonso Pena, 5264, Chácara Cachoeira
Horário: 9 horas

Reunião técnica com as empresas proprietárias de postos de combustível e abastecedoras
Local: Auditório do Colégio Dom Bosco
Av. Mato Grosso, 227, Centro
Horário: 14 às 18 horas

Tags: campanha, benzeno, mobilização

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