Diversidade religiosa e racial marca abertura de simpósio realizado na PGT

Simpósio Internacional “Indígena, Negro(a), Quilombola, Religioso(a) de Matriz Africana: Da Ancestralidade ao Futuro”, realizado pelo MPT e pela ESMPU, contou com apresentações religiosas e artísticas

Brasília, 06/11/2019 - Com a força do som de tambores, da dança dos quilombolas e um rap cantado por uma representante indígena, teve início ontem (5) o Simpósio Internacional “Indígena, Negro(a), Quilombola, Religioso(a) de Matriz Africana: Da Ancestralidade ao Futuro”. O evento, realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), na sede da Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília, tem como palestrantes mais de 100 autoridades, pesquisadores e especialistas do Brasil e do exterior e cerca de 400 inscritos para oficinas e debates.

Durante quatro dias, o simpósio vai debater os desafios para a superação de estigmas étnico-raciais, de gênero e religiosos que são enfrentados pelos povos indígenas, população negra, quilombola e religiosos de matriz africana, no país e no mundo. O evento tem o apoio da Organização Internacional do Trabalho, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Escola Nacional de Aperfeiçoamento da Magistratura Trabalhista, da Associação Nacional de Procuradores do Trabalho e do Coletivo de Entidades Negras.

A abertura do simpósio contou com apresentação da atriz, poetisa, jornalista e cantora Elisa Lucinda e do poeta, músico e escritor Milsoul Santos. Foram realizadas também atos inter-religiosos com participação de representantes de lideranças religiosas de matriz africana (Pequeno Siré), e indígena (Guaxiré), apresentação de dança Sussa por integrantes da Comunidade Calungas, que fica em Cavalcante/GO. A coordenadora do Grupo de Trabalho “Comunidades tradicionais do MPT e coordenadora pedagógica do simpósio, suprocuradora-geral Edelamare Melo abriu o simpósio.

Durante o evento, foi lida nota de pesar e repúdio contra a violência a povos indígenas e o assassinato do guardião Paulo Paulino Guajajara no dia 2 de novembro. Samanta Ro’Ostsitsina, liderança indígena do povo Xavante de Mato Grosso, afirmou que os povos originários vivem atualmente um momento difícil, mas que é preciso resistir e continuar lutando de “cabeça erguida” para honrar os seus ancestrais.

O procurador-geral do MPT, Alberto Bastos Balazeiro, destacou a relevância do evento. Segundo ele, o MPT e a ESMPU assumem “o papel que grandes instituições devem desempenhar na história da humanidade”, de debater o enfrentamento ao preconceito, ao racismo, à discriminação e todos os seus reflexos, tanto nas relações de trabalho e produção quanto nas relações de consumo. “Estamos e devemos, sim, pôr o dedo na ferida”, disse Balazeiro, acrescentando que o que se quer não é apenas relatar a gravidade do tema, mas apresentar soluções à sociedade.

Também participaram da mesa de abertura, entre outras autoridades, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, o diretor da ESMPU, João Akira Omoto, o diretor do escritório da OIT no Brasil, Martin Hahn, a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer e a historiadora e pesquisadora de relações de gênero e relações raciais Wania Sant’Anna.

Programação

O segundo dia do simpósio segue hoje (6) com a palestra magna “Ódio: do discurso ao crime. Reparação”, ministrada pela professora da Universidade Paris Descartes Mireille Fanon. O evento conta com programação variada. São mesas-redondas, painéis, exibição de documentário, oficina de poesia, palestras, performances, apresentações e exposições artísticas, entre outros.

Também serão lançadas durante o simpósio duas campanhas contra discriminação. Uma delas é “Nosso Lugar é legítimo. Racismo é não reconhecer”, do Ministério Público do Trabalho. A iniciativa é do Grupo de Trabalho Raça, da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho. A outra é intitulada “Racismo, aqui não”, de autoria do publicitário João Silva.

Fonte: Procuradoria-Geral do Trabalho
Informações: (61) 3314-8101/8233
www.mpt.mp.br

Tags: Ministério Público do Trabalho, Coordenadoria de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho , COORDIGUALDADE

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