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Temas como racismo e acessibilidade são debatidos em conferência

Especialistas se reuniram em cinco mesas de discussão na “III Conferência de Gênero, Raça e Diversidade: Contracultura no Trabalho”, promovida pelo MPT

Brasília, 24/03/2023 - A tarde desta quarta-feira (22) na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT), em Brasília, foi de debate e reflexão sobre as desigualdades no trabalho. A “III Conferência de Gênero, Raça e Diversidade: Contracultura no Trabalho”, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), debateu, em cinco mesas de discussão, temas relacionados às questões de gênero e de raça no trabalho. Participaram das mesas especialistas, procuradores, gestores públicos e ativistas. O evento é uma iniciativa da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades do MPT e já está em sua terceira edição.

A Mesa 1 teve como tema “Espaço público: participação, violência política, acessibilidade e mobilidade urbana” e contou com a participação da secretária nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Anna Paula Feminella e da presidenta do Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal, Agnes Cruz, com mediação da vice-coordenadora nacional da Coordigualdade, procuradora Danielle Olivares. As participantes discutiram pontos como o preconceito dos empregadores contra trabalhadoras com deficiência e os desafios à garantia da acessibilidade.

“As pessoas com deficiência, em geral, nos discursos, ficam no “etecetera”, quando muito. A invisibilidade se deve a diversos fatores – o da acessibilidade, com certeza, é um. O problema da falta de acessibilidade impacta em políticas públicas não afetivas para nós, e impacta também no não cumprimento da Lei de Cotas, ou seja, em a gente não chegar a ter empregos e oportunidades profissionais para além do primeiro emprego, para além dos subempregos, para além de ficar no ‘hall da exclusão’”, enfatizou Feminella.

A Mesa 2 abordou o racismo no mundo do trabalho, com a participação das juízas do Trabalho Ana Paula Sefrin Saladini e Adriana Melônio, de Célia Xakriabá, deputada federal e ativista indígena, e do mediador Gustavo Accioly, procurador do Trabalho. A mesa foi aberta pela deputada, que entoou um canto indígena e expôs os desafios à inclusão e ao respeito aos povos indígenas. “Hoje eu digo que a nossa verdadeira autonomia vai ser quando a nossa luta não for uma luta contra o tempo para combater o feminicídio, uma luta contra o tempo para pensar a violência e o genocídio dos povos indígenas, para pensar o reflorestamento. É quando a nossa luta for pela retomada do tempo”, declarou Xakriabá.

Já a Mesa 3 teve como foco a “violência e assédio no trabalho” e contou com a participação de Patrícia Maeda, juíza do Trabalho, e Thaís Dumet de Faria, oficial Técnica em Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho para a ALC da OIT, com mediação da procuradora regional do Trabalho Adriane Reis de Araujo. Na Mesa 4, o professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, José Roberto Montes Heloani, e a médica Danuta Duarte abordaram a saúde mental no trabalho.

Por fim, a Mesa 5, uma roda de conversa sobre cultura popular, contou com a participação da MC Soffia, cantora, rapper e compositora, que encerrou o evento com um pocket show. As palavras da artista fecharam com tom de empoderamento o dia de reflexões sobre gênero, raça e diversidade no MPT.

“Nas minhas músicas, eu trabalho a questão da aceitação, da menina preta se aceitar, se amar. Aceitar seu cabelo, aceitar sua cor. Quando eu era mais nova, tinha uns 8, 10 anos, eu fazia músicas para crianças e falava que menino e menina podem sim brincar do que quiserem. Porque eu fui uma menina que brinquei de tudo: brincava de futebol, brincava de carrinho, brincava de boneca. Um dia minha boneca era menina, e no outro dia era menino, nunca vi problema nisso. A minha família sempre me incentivou a ser o que eu quisesse ser. Então se você quer ser cantora, se você quer ser médica, se você quer ser advogada, você pode ser”, declarou a MC.

Fonte: Procuradoria-Geral do Trabalho
Informações: (61) 3314-8101/8233
www.mpt.mp.br

Tags: Ministério Público do Trabalho, pessoa com deficiência, inclusão social, trabalho indígena, Mulher, Inclusão no Trabalho, Inclusão, Lei de Cotas, Mulheres, pessoas com deficiência, Racismo, indígena, Diversidade, preconceito, acessibilidade, povos originários, povo negro, Afro-indígena, III Conferência de Gênero, Raça e Diversidade: Contracultura no Trabalho, Igualdade de Gênero, desigualdade

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