Magistrados, servidores, advogados e trabalhadores se unem em defesa da Justiça do Trabalho
Ato buscou sensibilizar população para a relevância dos serviços prestados e alertar para as possibilidades de enfraquecimento com as reformas
31/03/2017 - O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, alinhado com todos os tribunais trabalhistas do país, realizou nesta sexta-feira (31) ato público em defesa da Justiça do Trabalho. O manifesto ocorreu em frente ao Fórum Trabalhista de Campo Grande, sendo repetido em vários estados brasileiros.
Magistrados, servidores, advogados e representantes sindicais se mobilizaram com o objetivo de sensibilizar a população para a relevância dos serviços prestados pela Justiça do Trabalho, que compreendem a pacificação de greves e o equilíbrio da relação entre capital e trabalho, visando à garantia dos direitos sociais em sintonia com a necessária preservação da atividade econômica.
De acordo o desembargador do TRT24, André Luís Moraes de Oliveira, que abriu o ato, "a Justiça do Trabalho é o espaço onde empregados e patrões dialogam com liberdade, conciliam e, quando necessário, são submetidos a julgamento. A possibilidade de extinção da Justiça Trabalhista representa um grave retrocesso em nossa civilização".
Além de alertar para a constante ameaça de fragilização da Justiça do Trabalho por meio de cortes orçamentários, o evento marcou o lançamento de uma campanha nacional com o objetivo de evidenciar que os direitos de patrões e empregados só estarão garantidos com um Judiciário Trabalhista forte e atuante.
O procurador-chefe substituto do Ministério Público do Trabalho, Leontino Ferreira de Lima Júnior, também discursou no evento. "A quem interessa o enfraquecimento da Justiça do Trabalho? Ao povo, em sua grande maioria trabalhadores, tenho certeza que não. O povo precisa de uma Justiça célere, e temos isso com a Justiça do Trabalho".
Em sua manifestação, o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Amatra XXIV), Christian Mendonça Gonçalves Estadulho, chamou atenção para alguns números importantes. "Como se falar em extinção da Justiça do Trabalho com 50 mil trabalhadores resgatados de situação análoga a de escravos nos últimos 20 anos? Como falar em extinção quando se sabe que há aproximadamente 3 milhões de crianças subjugadas pelo trabalho infantil, geralmente em condições degradantes? Como se falar em extinção quando, todos os anos, ocorrem mais de 700 mil acidentes de trabalho que vitimam nossos trabalhadores e que tem na Justiça do Trabalho seu último socorro?", alertou o magistrado.
Representando a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS), o advogado Alexandre Morais Cantero disse que a redução de direitos trabalhistas e o enfraquecimento da Justiça do Trabalho não representarão a volta do crescimento econômico e muito menos solucionarão o problema das empresas: "Trata-se de um caminho mais fácil e inócuo que tem sido colocado ao invés de se fazer uma discussão séria sobre a reforma tributária que tanto onera o empresariado".
Em Mato Grosso do Sul, a manifestação teve o apoio do Ministério Público do Trabalho, Amatra XXIV, OAB/MS, Associação dos Advogados Trabalhistas de Mato Grosso do Sul, Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal e Associação dos Servidores do Tribunal Regional do Trabalho.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região
Informações: (67) 3316-1795
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