Reportagens sobre sindicatos e terceirização são as grandes vencedoras do Prêmio MPT de Jornalismo

Série "Um sonho chamado Brasil: os haitianos de Campo Grande", da jornalista Izabela Sanchez, foi premiada na categoria Webjornalismo

06/09/2016 - As jornalistas Mikaella Campos e Vilmara Fernandes, autoras da série de reportagens A caixa-preta dos sindicatos, publicada na Gazeta Online, do Espírito Santo, foram as grandes vencedoras do prêmio MPT de Jornalismo 2016, entregue na última quinta-feira, 1º de setembro, em cerimônia na Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília. O segundo prêmio especial, de Fraudes Trabalhistas, foi concedido a Lilian Primi, por sua reportagem O ataque do capital, publicada na revista Caros Amigos. Ambos os prêmios especiais são de R$ 45 mil.

Ao todo, 32 trabalhos jornalísticos sobre irregularidades trabalhistas foram premiados em oito categorias, em fases regionais e nacional. Entre os destaques, está a série Um sonho chamado Brasil: os haitianos de Campo Grande, vencedor na categoria webjornalismo, região Centro-Oeste. A série busca investigar e relatar as histórias de uma comunidade haitiana que se formou na capital de Mato Grosso do Sul. Nas reportagens, a jornalista Izabela Sanchez mostrou as dificuldades desses imigrantes para chegar ao Brasil, os abusos no ambiente de trabalho e o poder transformador da educação que encontraram em uma escola municipal de Campo Grande (confira o trabalho publicado no Portal Top Mídia News: http://www.topmidianews.com.br/%E2%80%A6/de-que-sao-feitos-o%E2%80%A6/30690/).

A reportagem A caixa-preta dos sindicatos revelou como a arrecadação milionária com o imposto sindical no Espírito Santo transforma essas instituições e a vida dos seus dirigentes. Já a matéria O ataque do capital descreve o avanço da precarização dos contratos de trabalho no Brasil, a partir da discussão do projeto de lei no Congresso Nacional que estende a possibilidade de terceirização das atividades-fim.

O Prêmio MPT de Jornalismo está na terceira edição e tem como objetivo valorizar matérias jornalísticas dedicadas à investigação e à denúncia de irregularidades trabalhistas em todo o Brasil. A cada edição, são oferecidos até R$ 400 mil em prêmio, nas categorias fotojornalismo, jornal impresso, revista impressa, radiojornalismo, telejornalismo, webjornalismo, repórter cinematográfico e universitário, além dos prêmios especiais – Fraudes Trabalhistas e MPT de Jornalismo.

Os recursos para a realização do prêmio têm origem em acordo judicial feito na ACP nº 0001040-74.2012.5.06.0011- 11 T do Recife/PE.

Confira os ganhadores do Prêmio MPT de Jornalismo 2016 por categoria e região:

Fotojornalismo

Norte: Ricardo Oliveira – Piaçabeiros e Piabeiros, às margens do rio Negro e das leis trabalhistas (VENCEDOR NACIONAL);

Nordeste: Fabio Lima – O sustento que se tira do lixão;

Centro-Oeste: André Coelho – Lixão da estrutural em detalhes;

Sudeste: Fábio Teixeira – Os Meninos dos túmulos;

Sul: Betina Humeres – Tempo perdido.

Jornal impresso

Norte: Emerson Quaresma – Piaçabeiros e Piabeiros, às margens do rio Negro e das leis trabalhistas;

Nordeste: Adriana Guarda e Emídia Felipe – Documento Suape 2015;

Centro-Oeste: Ana Paula Lisboa e Jéssica Gotlib – As CEOs do Brasil;

Sudeste: Mikaella Campos e Beatriz Seixas – Tragédia na plataforma (VENCEDOR NACIONAL);

Sul: Bruna Borges e Marciano Bortolin – Carbonífera Criciúma: um caso de fraude trabalhista.

Radiojornalismo

Norte: Janaína Souza – Desempregadas domésticas (VENCEDOR NACIONAL);

Nordeste: Roberta Farias e Jocasta Pimentel – Das plantações de caju e mandioca ao lixão: trabalho infantil no Ceará, até quando?;

Centro-Oeste: Paula Groba – Terceirização: avanço ou retrocesso;

Sudeste: Caetano Cury – Haitianos e o mercado de trabalho;

Sul: Marcos Meller – Trabalho Infantil de pai para filho.

Repórter cinematográfico

Sudeste: Antônio José Dutra – Pescadores do ES enfrentam dificuldades meses após Rio Doce ser atingido por lama da Samarco. (VENCEDOR NACIONAL).

Revista impressa

Nordeste: Marta Alencar – Trabalho não é brincadeira de criança;

Sudeste: Thiago Tanji – Escravos da moda;

Sul: João Guedes – Saúde à venda (VENCEDOR NACIONAL).

Universitário

Nordeste: Ícaro Novaes – Transporte dos garis, o lado sujo da história;

Centro-Oeste: Iago Porfírio e Géshica Rodrigues – Trabalho que empobrece;

Sul: Régis de Oliveira Júnior – Retratos da escravidão (VENCEDOR NACIONAL).

Telejornalismo

Nordeste: Thiago Correia, José Pereira de Lima, Romildo Soares e Maria Carnaúba – O mal do século;

Centro-Oeste: Marcelo Canellas, Vera Souto, Lucio Alves, Joelson Maia, Rogério Nicolau, Wagner Maia e Felipe de Queiroz – Gameleira, o maior acidente de trabalho da história;

Sudeste: Daniel Motta, Jorge Talmon, Renê Batista, Fabiana Lopes, Ana Haertel e Leopoldo de Moraes – Identidades apagadas (VENCEDOR NACIONAL);

Sul: Pedro Rockenbach – As drogas que movem o Brasil.

Webjornalismo

Norte: Náferson Cruz, Marcio Silva e Monica Prestes – Vidas mutiladas;

Nordeste: José de Paiva Rebouças, Esdras Marchezan, José Bezerra, Felipe Freitas, João Magagnin e Ronildo Medeiros – Filhos do fogo;

Centro-Oeste: Izabela Sanchez – Um sonho chamado Brasil: os haitianos de Campo Grande;

Sudeste: Mikaella Campos e Vilmara Fernandes – A caixa-preta dos sindicatos (VENCEDOR NACIONAL);

Sul: Angela Bastos, Julia Pedrozo Pitthan, Jacson Almeida, Karina Silveira e Aline Britto Fialho – Tempo perdido.

Prêmio Especial Fraudes Trabalhistas

Lilian Primi – O ataque do capital.

Prêmio Especial MPT de Jornalismo

Mikaella Campos e Vilmara Fernandes – A caixa-preta dos sindicatos.

Fonte: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul
Informações: (67) 3358-3034/3035
www.prt24.mpt.mp.br | twitter: @MPT_MS

Tags: Ministério Público do Trabalho, irregularidade, fraude

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