Entidades criam Observatório do Amianto
Objetivo será realização de estudos epidemiológicos da população trabalhadora exposta ao produto no processo produtivo
Curitiba, 18/05/2016 - Oito instituições se reuniram para assinar Termo de Cooperação Técnica que dá origem ao Observatório do Amianto. A cerimônia foi realizada no auditório do Ministério Público do Trabalho no Paraná, em Curitiba, no dia 11 deste mês. O gerente do Programa de Banimento do Amianto no Brasil, Luciano Leivas, destacou que o acordo é um grande avanço para o banimento do amianto, mas que o desafio continuará pelos próximos 30 anos, contando com o período de latência das doenças causadas pelo mineral. “O cruzamento dos dados de todos os atores aqui presentes será de essencial importância para dar cara às vítimas e subsidiar o trabalho das instituições pelo banimento”, afirmou.
O objetivo do Observatório é agregar esforços para a realização de estudos epidemiológicos da população trabalhadora exposta ao amianto no processo produtivo; integrar, compartilhar e analisar bancos de dados sobre o tema; buscar e acompanhar ativamente casos de pessoas expostas; pesquisar a percepção de riscos ambientais da população acerca dos riscos à exposição ao amianto, bem como divulgar os riscos da exposição ao amianto; orientar e apoiar trabalhadores e familiares; além de tomar providências jurídicas e políticas pelo banimento. Foi idealizado e criado pela procuradora regional do trabalho Margaret Matos de Carvalho, do MPT-PR.
No site do Observatório (www.observatoriodoamianto.com.br) e facebook (www.facebook.com/observatoriodoamianto), lançados na mesma data, os cidadãos podem obter informações por meio de conteúdo multimídia, mapas interativos, vídeos, fazer denúncias e reportar se trabalharam ou estiveram expostos ao mineral. O projeto conta com o engajamento das pessoas para acompanhá-las individualmente, propor políticas públicas e realizar pesquisas com a população atingida. Também uma campanha de comunicação começará a ser veiculada para reforçar a necessidade do banimento.
O superintendente do Hospital Erasto Gaertner, Adriano Rocha, lembrou que a instituição tem como pilares fundamentais a prevenção, diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa, mas que muitas vezes sua imagem é vinculada ao câncer e à morte. “Nossa participação no Observatório do Amianto será promover a vida, por meio do incentivo a novas políticas e novas leis. Temos um departamento de pesquisa que se debruçará sobre a questão do amianto e quem mais ganhará com isso será a sociedade e, especialmente, as crianças”. Após um levantamento prévio nos arquivos do hospital, foram descobertos 11 casos de mesotelioma entre os anos de 1995 e 2015, mas apenas um deles continha registro do nexo causal com o trabalho. “Estamos no período de latência, é um momento oportuno para o início das atividades do Observatório”, disse.
O evento teve a participação do procurador-chefe do MPT-PR, Gláucio Araújo de Oliveira; do reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho; do superintendente regional do Trabalho, Marcio Pessatti; do representante da Secretaria de Estado da Saúde, Sezifredo Paz; do secretário municipal da saúde, César Monte Serrat Titton; do presidente da Associação Paranaense dos Expostos ao Amianto, Herbert Fruehauf.
Fonte: Ministério Público do Trabalho no Paraná
Informações: Tel. (41) 3304-9099
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Tags: Ministério Público do Trabalho, termo de ajustamento de conduta, condições de trabalho