MPT lança jogo digital de combate ao trabalho infantil
Game, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa), alerta para os prejuízos do trabalho precoce
15/10/2014, Brasília – O Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou na terça-feira, 14, em Brasília, o jogo educativo Infância Livre. O game, para crianças e adolescentes, apresenta vários possíveis cenários de exploração da mão de obra infantil, como lixões, o meio rural e o ambiente doméstico, a fim de mobilizar a sociedade para a erradicação do trabalho infantil. No Brasil, 3 milhões de crianças estão em situação de trabalho. No jogo, são fornecidas informações sobre os prejuízos da prática e sobre os direitos da criança e do adolescente. O Infância Livre está disponível gratuitamente na internet, pelo endereço www.mptgames.com.br/infancialivre, e pode ser baixado em computadores e tablets.
Conheça o trailer de Lançamento do jogo Infância Livre.
O projeto é resultado de cooperação entre o MPT na Paraíba e o Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa), de Campina Grande (PB), firmada em 2012. No lançamento, foi exibido o trailer e o making off do processo de criação, animação e programação do jogo, desenvolvido pelos estudantes Aleff Ghimel, César Augusto, Aurélio Filgueiras e Valdemir Segundo, sob a supervisão do coordenador do curso, Rodrigo Motta. “O projeto tem essa questão social, ele muda você como cidadão, muda a forma como a gente entende a sociedade. Eu não sabia o que era ou não trabalho infantil. Essa experiência profissional fez com que eu me desse conta do que é certo e errado”, afirmou Aleff.
A produção do game foi idealizada pelos procuradores Marcos Almeida e Raulino Maracajá, responsáveis pelo programa MPT Games. “A nossa ideia é explorar o potencial que os jogos digitais têm de entretenimento para levar informação e gerar a reflexão sobre temas sociais relevantes como o trabalho infantil. Nosso objetivo é promover cidadania nas relações de trabalho e, através disso, estabelecer uma sociedade mais justa e digna”, explicou Marcos Almeida. Ele lembrou que a prática tem ligação com questões socioeconômicas e mitos que defendem o trabalho como elemento formador do caráter e alternativa para a fuga da marginalidade.
“Já está constatado que a mera repressão e punição dos exploradores é insuficiente para acabar com o problema do trabalho infantil. Esse game é uma ferramenta inovadora que, de forma lúdica e pedagógica, surte muito mais efeito para a conscientização das pessoas do que uma sentença, um inquérito civil ou uma ação civil pública”, afirmou o coordenador nacional de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Coordinfância), o procurador do Trabalho Rafael Dias Marques.
No lançamento, os jovens Fernando Almeida e Glenda Martins, adolescentes aprendizes do Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador do Distrito Federal (Cesam-DF), testaram o jogo contra o trabalho infantil. “O game passa uma mensagem muito forte. Eu fiquei chocada em saber que essa realidade ainda existe em pleno século 21. Ele conscientiza divertindo. Eu achei bem interessante mesmo, bem legal”, fala Glenda.
Proteção da infância – O procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, falou da relação entre o trabalho precoce e o trabalho escravo contemporâneo e destacou a importância de proteger à infância para evitar as condições precárias de trabalho entre os adultos. “Se conseguirmos erradicar o trabalho infantil estaremos muito próximos de erradicar o trabalho escravo. A maioria dos trabalhadores submetidos a condições análogas às de escravo foram crianças privadas de seus direitos, das brincadeiras e da escola.”
Também participaram do lançamento a vice-procuradora-geral do Trabalho, Eliane Araque dos Santos, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Carlos Eduardo de Azevedo Lima, o procurador-chefe do MPT-PB, Cláudio Gadelha, o procurador-chefe do MPT-DF/TO, Alessandro Santos de Miranda, e a procuradora-chefe substituta, Paula de Ávila.
Nobel da Paz – No evento, o diretor-adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Stanley Gacek, e a representante da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Angélica Goulart, fizeram menção ao prêmio Nobel da Paz, concedido este ano à paquistanesa Malala Yousafzai e ao indiano Kailash Satyarthi, militantes da educação igualitária e da proteção à criança e ao adolescente, respectivamente.
Acesse o jogo Infância Livre aqui.
Mais informações:
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