MPT lança campanha nacional de combate à xenofobia
Iniciativa inclui ações nas redes sociais, vídeos e spots de rádio, além de cartazes e outdoors
Boa Vista, 17/02/2020 - A unidade do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Boa Vista lançou, na última sexta-feira (14), a campanha de combate à xenofobia “Dignidade não deve ser um luxo”, como expressão da função social de que se reveste a instituição.
Para a procuradora Safira Nila de Araújo, autora da iniciativa, é de extrema importância a solidariedade em relação à causa social, como o combate à xenofobia em face dos imigrantes e refugiados venezuelanos no Brasil.
Com a presença da imprensa, a procuradora destacou os quatro aspectos das peças da campanha, que trazem à consciência do público o fenômeno da xenofobia e exemplos de como podemos exercer a ajuda humanitária em nosso país:
a) A divulgação de igualdade dos direitos a nacionais brasileiros e imigrantes;
b) A popularização de bons exemplos de empregabilidade;
c) Incentivo à qualificação profissional, e
d) Projetos de inclusão social.
Entre as ações publicitárias que integram a iniciativa, há vídeo com duração de 30 segundos, vídeo case com duração de 2 minutos e spots de rádio, além de cartazes e outdoors.
A campanha, a ser divulgada em nível nacional, conta com redes sociais próprias e serviços de impulsionamento digital para garantir a maior visibilidade possível.
As emissoras de televisão, rádios e digital influencers foram incentivadas a aderir à campanha, chamando atenção em caso de exploração da mão de obra venezuelana. “Queremos que todos enxerguem a situação do povo venezuelano. Que entendam as causas da sua imigração. Que confiem no trabalho do MPT e nos ajudem em nossa missão de erradicar o trabalho análogo à escravidão”, destacou Nila.
Questão migratória
A expressiva migração da população de venezuelanos vem impactando a América Latina, em especial o Brasil, a partir de 2013.
Segundo dados do documento “A economia de Roraima e o fluxo venezuelano: evidências e subsídios para políticas públicas / Fundação Getúlio Vargas”, entre 2013 e dezembro de 2019, 264 mil venezuelanos solicitaram refúgio ou residência no Brasil, a grande maioria entrando por Roraima. O fluxo começou a se intensificar em 2016, mas foi em 2018 que de fato atingiu números bastante elevados. Ainda conforme o estudo, o Estado de Roraima tem sido particularmente impactado pela chegada dos migrantes, em razão da sua fronteira com a Venezuela. Roraima tem hoje uma população estimada em 600 mil pessoas (IBGE, 2019), sendo um venezuelano para cada três habitantes.
Diante desse problema humanitário, acrescentou a procuradora, “não podemos ignorar os efeitos que isso trouxe para nossas cidades. Mudança na rotina, medo de faltar recursos públicos para todos e até mesmo a sensação de insegurança com tantas pessoas vivendo nas ruas e praças. Mas é nessas horas que precisamos nos colocar no lugar dos que chegam ao Brasil como refugiado, porque quando a crise é econômica, perdemos dinheiro; quando a crise é política, perdemos a confiança, mas quando a crise é humanitária, não podemos perder a empatia”, concluiu.
Fonte: Ministério Público do Trabalho no Amazonas e em Roraima
Informações: (95) 3194-2800
www.prt11.mpt.mp.br
Tags: Ministério Público do Trabalho, MPT-MS, Migrantes, Xenofobia, Combate a xenofobia, Venezuelanos